Carl Gustav Jung

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Carl Gustav Jung, médico psiquiatra nascido em 1875 na Suíça, desenvolveu a Psicologia Analítica trazendo uma nova visão não só por ampliar e ir muito além dos entendimentos da psicanálise freudiana mas também por apresentar conceitos como inconsciente coletivo, arquétipos, personalidade extrovertida ou introvertida, sincronicidade, etc., impactando as várias áreas da psicologia e tantas outras áreas do conhecimentos e da sociedade até hoje.

O campo fundante do seu pensamento nasceu na filosofia e nas pesquisas na academia da medicina psiquiátrica, desenvolvendo vários estudos como "Psicologia e Patologia dos Fenômenos ditos Ocultos”, que foi elaborado para sua tese de doutorado. Entre várias pesquisas visitou a obra de Freud, produziu o primeiro livro chamado Estudos Psiquiátricos e daí por diante, foi realizando sua profunda e ampla obra ao longo dos seus 85 anos, de acordo com os seus estágios de vida e seu desenvolvimento interior.
Falar sobre  Jung e sua Psicologia parece fácil mas é absolutamente difícil, numa construção e desconstrução simultânea, assim como a base do seu entendimento sobre a psique e sua autorregulação através dos opostos complementares que compõe toda a sua dinâmica.

Então ao invés de tentar falar sobre esse grande mestre, deixo aqui um trecho da sua própria fala, de seu livro semi-autobiográfico Memórias, Sonhos e Reflexões, livro este que não chegou a ver editado e foi organizado por Aniela Jaffé, analista e intérprete das obras junguianas, tendo realizado também o prefácio deste.

Foi o seu último livro, o mais pessoal deles, onde podemos entrar em contato com os seus conflitos, sua inteligência, sua capacidade de autopercepção lúcida, reflexiva e simbólica. E uma certa poesia que inesperadamente sai entre os mais escuros momentos. Espero que a leitura desse trecho seja um convite para você ler o livro todo.

MEMÓRlAS, SONHOS, REFLEXÕES, C. G. Jung, Ed. Nova Fronteira, RJ, 1986.
"Escrever um livro é sempre, para mim, um confronto com o destino, Há sempre, no ato de criação, alguma coisa de imprevisível e eu não posso fixar nem prever nada por antecipação. Assim, a autobiografia toma presentemente e desde já uma direção diferente na sua formulação. É por necessidade que escrevo minhas primeiras lembranças. Se eu me abstenho um só dia, tenho indisposições físicas. No memento em que trabalho minhas memórias as indisposições desaparecem e meu espírito se torna lúcido.
O destino quer - como sempre quis - que na minha vida todo o exterior seja acidental e que só o interior represente algo de substancial e determinante.
Cada vida é um desencadeamento psíquico que não se pode dominar, a não ser parcialmente. É multo difícil, por conseguinte, estabelecer um julgamento definitivo sobre si mesmo ou sobre a própria vida.
Trato cada doente tão individualmente quanto possível, pois a solução do problema é sempre pessoal. Uma verdade psicológica só é válida se puder ser invertida. Uma solução falsa para mim pode ser justamente a verdadeira para outra pessoa.
O fato decisivo é que, enquanto ser humano, encontro-me diante de outro ser humano. A analise é um diálogo que tem necessidade de dois interlocutores. O analista tem alguma coisa a dizer: mas o doente também.
Na análise propriamente dita, e a personalidade inteira que é chamada a arena, tanto a do médico quanto a do paciente,
Sempre me pergunto que mensagem traz o doente. O que significa ele para mim? Se nada significa, não tenho um ponto de apoio. Frequentemente mesmo o doente pode constituir o apoio que convém ao ponto fraco do medico.
As resistências, principalmente quando são teimosas, merecem ser levadas em consideração .Muitas vezes tem um sentido de advertência que não pode ser ignorado. O remédio pode ser um veneno que nem todos suportam, ou uma operação cujo efeito é mortal quando contra-indicado. Tratando-se de vivências interiores, ao despontar o que há de mais pessoal num ser, a maioria é tornada de pânico, e muitas vezes foge.”

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Carl G. Jung
Ilustração Livro Vermelho

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