Psicologia Junguiana
Carl Gustav Jung foi um médico psiquiatra suíço e fundador da Psicologia Analítica, também conhecida como Psicologia Junguiana ou Psicologia Profunda. Iniciou sua trajetória em diálogo com as teorias de Sigmund Freud, com quem colaborou nos primeiros estudos sobre o inconsciente.
No entanto, divergiu em pontos fundamentais, atribuindo à libido um significado mais amplo e não exclusivamente sexual, e introduzindo, ao longo de suas pesquisas, conceitos fundamentais como o Inconsciente Coletivo, Anima e Animus, Sombra entre outros.
Ao longo de sua obra, Jung construiu uma abordagem profunda e abrangente da psique humana. Seu pensamento teve como base a filosofia mas, estabeleceu conexões com saberes de diversas tradições e campos do conhecimento, como a mitologia, a alquimia, os símbolos, etc.
Esses elementos foram incorporados como parte de sua investigação sobre a dinâmica da psique, revelando um olhar inovador e, para a época, profundamente vanguardista — ainda hoje ressoando de forma significativa nas discussões contemporâneas sobre a alma humana.
Entre os inúmeros conceitos desenvolvidos por Jung, destacam-se alguns que influenciam diretamente o pensamento psicológico atual, tais como:
• Tipos Psicológicos e Funções (introversão, extroversão, sensação e sentimento): para Jung, essas funções são expressões da libido enquanto força vital — e não apenas como impulso sexual, como propunha Freud. Cada indivíduo tende a apresentar uma ou duas dessas funções como dominantes, influenciando sua forma de perceber e se relacionar com o mundo.
• Sincronicidade - refere-se a eventos que se conectam por significado, e não por causalidade. São vivências em que dois ou mais fenômenos coincidem de maneira significativa para quem os experiencia, sugerindo a existência de um sentido mais profundo, ainda que sem relação causal direta entre eles.
• Inconsciente Coletivo - enquanto Freud conceituou o inconsciente como um repositório de conteúdos reprimidos individuais, Jung ampliou essa noção ao propor o inconsciente coletivo — uma camada psíquica comum a toda a humanidade, composta por imagens universais chamadas arquétipos. Além disso, reconheceu o inconsciente individual como o espaço que abriga memórias, potências, conteúdos reprimidos, negados ou esquecidos (Sombra), bem como os complexos. Essa distinção é uma das bases fundamentais da psicologia junguiana.
• Arquétipos - são imagens primordiais universais, resultantes da repetição de experiências semelhantes ao longo de muitas gerações. Armazenadas no inconsciente coletivo, essas imagens estruturam formas simbólicas que constelam sentimentos e percepções profundas nos indivíduos.
A psicologia Junguiana é vasta e profunda e esses são apenas exemplos bastante superficiais de conceitos lançados por ele.
Psicossomática com Abordagem Junguiana
Na medicina convencional, os sintomas de uma doença são geralmente analisados a partir da investigação de órgãos e tecidos específicos, com foco na identificação de causas orgânicas. A compreensão predominante é de que a doença se instala como resultado da ação de agentes externos — como bactérias ou vírus — ou devido a disfunções internas que comprometem o funcionamento considerado normal de um órgão, sistema ou estrutura corporal.
A psicossomática, por sua vez, propõe uma abordagem ampliada, investigando a relação simbólica entre os sintomas físicos e os desequilíbrios emocionais e psíquicos. Nessa perspectiva, os sintomas não são vistos apenas como sinais de um mau funcionamento, mas como expressões de conteúdos psíquicos que buscam se manifestar através do corpo.
A doença, nesse contexto, é compreendida como uma linguagem simbólica que revela tensões inconscientes e oferece a possibilidade de ressignificação e integração de conteúdos que antes estavam rejeitados e apartados da consciência.
Dentro dessa abordagem, os sintomas indicam algum afastamento do indivíduo em relação à sua própria essência — seus talentos, características inatas, valores e modos autênticos de ser.